Novembro preto e a questão racial na escola

O combate ao racismo nas escolas configura-se como uma prática cotidiana, exigindo um compromisso conjunto de toda a comunidade escolar na construção de um ambiente educacional saudável, equitativo e inclusivo.

É preciso que a educação antirracista seja adaptada a cada território, sala de aula e cultura – e que não seja pautada apenas por um calendário e datas comemorativas.

As práticas antirracistas na escola visam a desmantelar as estruturas racistas presentes no ambiente escolar, promo- vendo a igualdade de oportunidades para todos os alunos.

Tais práticas baseiam-se em cinco pilares fundamentais, descritos a seguir.

Práticas antirracistas na escola

1. Reconhecimento e Valoração da Diversidade:

O reconhecimento e a valoração da diversidade incluem celebrar a diversidade étnico-racial como parte do patrimônio cultural da escola, combatendo estereótipos e preconceitos raciais presentes no currículo, nos materiais didáticos e nos discursos dos educadores. Também envolve a promoção da história e cultura afro-brasileira de forma ampla e crítica, valorizando as contribuições dos negros para a sociedade.

2. Combate ao Racismo Institucional

O combate ao racismo institucional requer a análise crítica das normas e práticas da escola, identificando e eliminando aquelas que discriminam ou marginalizam alunos negros. Além disso, é importante implementar políticas de inclusão racial que garantam o acesso e a permanência de alunos negros em todos os níveis de ensino, assim como promover a formação continuada dos educadores sobre relações raciais e práticas antirracistas.

3. Diálogo Aberto e Escuta Ativa

O diálogo aberto e a escuta ativa são fundamentais, criando espaços seguros para discussões sobre raça e racismo, permitindo que os alunos compartilhem suas experiências e sentimentos sem medo de julgamentos. Incentivar a escuta ativa e o respeito mútuo entre os estudantes é essencial, assim como formar grupos de afinidade racial para apoiar e acolher alunos negros.

4. Ações Concretas e Monitoramento

Ações concretas são necessárias para combater o racismo no cotidiano escolar, como campanhas de conscientização, projetos de intervenção e programas de apoio aos alunos negros. É essencial monitorar o impacto dessas ações, coletando dados e realizando avaliações periódicas para ajustar estratégias e buscar efetividade.

5. Engajamento da Comunidade Escolar

O engajamento da comunidade escolar é vital para criar um ambiente antirracista, envolvendo alunos, pais, responsáveis, professores, gestores e funcionários. É importante promover atividades de formação sobre relações raciais e construir parcerias com entidades e movimentos sociais que atuam na luta contra o racismo, garantindo apoio e expertise para a implementação de ações antirracistas na escola.